segunda-feira, 9 de abril de 2007

Sopro no coração

Esta é talvez das piores doenças, se não mesmo a pior, que um jovem adolescente pode apanhar. Um sopro no coração pode impedir qualquer pessoa de praticar desporto, ou qualquer outro esforço.
Falo aqui especialmente dos jovens porque na fase da adolescência são particularmente difíceis de engolir as más notícias.

Conheci uma pessoa que teve um mas que naquela altura não quis saber e continuou praticar exercício, incluindo nas aulas de Educação Física. O médico achou muito arriscado e proibiu o aluno de fazer as aulas práticas. A mãe dele entregou então uma declaração médica e ele nunca mais fez Educação Física.
Um dia cansou-se de ficar apenas a olhar os colegas jogar e pediu-lhes para participar no jogo. Os colegas ainda lhe disseram para ele não o fazer, mas ele estava tão determinado que não havia quem o conseguisse convencer do contrário. Começaram então a jogar, passados cinco minutos estava ele estendido no chão, mesmo no meio do campo. Levaram-no para o hospital mas já nada havia a fazer.
Morreu com 13 anos de idade, porque não podia fazer aquilo que queria.

Decidi falar do sopro no coração porque eu sou jovem e, na minha opinião, a doença mais grave que um jovem pode apanhar é um sopro no coração, pois ele quer fazer mais e melhor que os outros e nem metade pode fazer porque tem um sopro no coração.
Um sopro no coração, para mim, é quase como a paralisia das pernas.
Ricardo

Atenção! A expressão "apanhar um sopro no coração" sugere que esta é uma doença contagiosa, o que não correspode de todo à verdade.
A ideia de que quando se é jovem é muito difícil aceitar determinadas limitações de saúde ou outras, com consequências por vezes dramáticas, como sucedeu no caso relatado, deve ajudar a reflectir um pouco sobre isto. Devemos conhecer, tratar quando é possível, e aceitar o que não podemos mudar, para podermos viver melhor connosco próprios.

Sim, o amor é vão

é certo e sabido

mas então

porque não

porque sopra ao ouvido

o sopro do coração

se o amor é vão

mera dor mero gozo

sorvedouro caprichoso

no sopro do coração

no sopro do coração

mas nisto o vento sopra doido

e o que foi do

corpo no turbilhão, sopra doido

e o que foi do

corpo alado

nas asas do trubilhão

nisto nem já de ar precisas

só meras brisas

raras, corto em dois limão

chego o ouvido

ao frescor

ao barulho

a acidez do mergulho

no sangue do coração

pulsar em vão

é bem dele é bem disso

e apesar disso eriça a pele

o sopro do coração

o sopro do coração, mas nisto o vento sopra doido

e o que foi do

corpo no turbilhão, sopra doido

e o que foi do

corpo alado

nas asas do turbilhão

nisto nem de ar precisas

só meras brisas

raras

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